terça-feira, 29 de outubro de 2013

Estado de graça

De repente a casa fica grande demais
As paredes do quarto me engolem
junto a todos os símbolos que me remetem a você:
as marcas roxas entre as minhas coxas,
o odor vindo dos lençois...
Entorpecida no colchão fecho os olhos:
língua e mãos começam a caçada.
-Primitivas:
unhas cravadas na carne inflamada,
dentes querendo garantir a sua parte da presa.
-Física:
atrito, troca de calor, trabalho:
o vai e vem dos meus quadris embalados pelo som de ruídos macios
-Química:
sólidos, rijos, fundidos, evaporando pueris em busca do paraíso.

                      Resublimados, liquidificados...

suados e amados, agora nos encontramos apenas em um estado:


                        DE GRAÇA!

            - Inatingíveis sob a luz da lua -

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

sábado, 27 de julho de 2013

Save-me!


Entre uma página e outra
vejo teu rosto como uma grande tormenta
Num paradoxo eloquente
tuas lembranças me causam profunda alegria e dor

Toda a minha mente
(nesse momento)
se expande em ti
Vislumbrando uma matéria intocável

As minhas loucuras,
desejos e esperanças...
giram nos meus pensamentos
Misturam-se a você
Não me cabe mais distinguir
o real e o imaginário,
o realizável e o impossível

Como um prédio em costrução irregular
fui embargada por você
Encontro-me aqui:
parada à beira do precipício
Esperando um empurrão,
um arrebatamento...
Mas ninguém pode me salvar
(exceto eu mesma)
Atiro-me sem remorso
no mais profundo dos abismos
Lá, encontro meu pior inimigo,
meus demônios...
encontro a mim mesma
E é assustador.

Salve-me!
(quem puder)
pois eu já não posso mais.


sexta-feira, 19 de abril de 2013

Decida-se,
Oh alma inquieta!
Não te arrependas de ter andado
por caminhos tortuosos
Não sintas remorso por se atirar
ao(s) primeiro(s) que te cruza(m) o caminho
Quantos conflitos tenho vivido
Quantas noites não tenho dormido
Por tua causa,
Oh alma inquieta!
Que não se decide
Que não se liberta...

domingo, 24 de março de 2013

Meu olhos curiosos
Quiseram logo saber
Quem era aquele enigma
Que quase implorava
P'ra ser desvendado
Por várias vezes
Me pego mergulhando
em teus mistérios
Pois, algo em você
Me desperta os mais intrigantes
e sórdidos pensamentos
Fantasio situações...
Mesmo sem saber o que me espera
Peço que me permita entrar
Mas, vou logo avisar:
Sou invasiva
Não gosto de passar despercebida
Gosto de me deixar marcar
Nos corpos pelos quais percorro
E, uma vez estando lá,
- No âmago -
Imprimo cada detalhe em mim
Então, exalo por entre os poros...
E me calo!
Suspiros,
Calafrios...
Chego ao ápice
Por fim,
Escorro por entre as coxas
Concluo o prazer
De ter explorado um outro mundo.

quinta-feira, 21 de março de 2013

Aqueles 15, 20, 30 minutos...
São meus!
Das minhas unhas e das tuas costas
Dos meus cabelos e das tuas mãos
Dos meus ouvidos e dos teus sussurros...
São meus cada segundo entre os botões da minha roupa
E o deslizar da tua boca
Agora,
Posso te sentir escorrer por entre as minhas coxas
Tão quente e tão doce...

quinta-feira, 14 de março de 2013

Como o poeta louco
Só desejo mais um pouco de paixão.

Minha'lma, sedenta da ilusão,
Caminha sem rumo

Um poeta não sobrevive sem paixão
Sem iludir-se com a vida
Somente com a realidade o poeta morre
e, contigo leva toda a sua poesia...

sexta-feira, 8 de março de 2013

Vi, ao fundo de uma xícara de café, 
O final da minha vida.
Acrescentei uma gota de leite
E admirei por alguns segundos 
A beleza da minha efemeridade.

quinta-feira, 7 de março de 2013

Abstinência


|Sim, eu sei
|Não faz muito tempo que te vi
Mas, estou em séria crise de abstinência
Necessito de suas doses morfínicas 
Para, vez ou outra, me desligar da realidade
Ou melhor, sentir outras realidades
Saudade da nossa relação de idas e vindas
Que sempre me permite conhecer novos mundos
|Sim, eu sei
|Não faz muito tempo que ti vi
Mas, estou inquieta de saudade
'Inda ontem revi nossas fotos
Ah...que nostalgia!
Tantos lugares e pessoas...
|Sim, eu sei
|Não faz muito tempo que te vi
Mas, quero lhe dizer que,
Em breve estarei de volta
Dançando por entre as tuas curvas
Rumo a novas aventuras
Me atenho a agonia e a douçura de esperar por esta hora
Ora, se não chega logo vou-me embora!
Afinal,
"Viajar é trocar a roupa da alma."

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Nunca me imaginei tendo um segredo obscuro
Talvez por saber que não suportaria conviver com tal
E eu tinha razão...
Agora descobri 
Como as pessoas enlouquecem de uma hora pra outra
Pelo menos aquelas as quais sentem culpa
E eu
Sempre tive medo
De me perceber com ausência de culpa
Agora
Até desejo que a minha se ausente
Nem que seja por um instante
...
Preciso dormir...
Por que me convidas
Para ser o que sempre fui?
O que sempre serei:
SUA!
E para isto é necessário convite?
Ou basta que se queira?
Se deseje?...
De fato, sei que sou!
Sem ser necessários convites
Sem ser necessário que me queiras
E me deseje
Nasci pra ser
E quando se nasce pra ser
Se faz necessário que se seja algo
E sou:
SUA!